Poderíamos pensar que um pequeno e simples vestido preto pecaria pela sua subtileza e simplicidade e que a sua escolha para uma elegante festa fosse sinal de falta de originalidade ou personalidade. No entanto, para os principais nomes da moda – críticos ou estilistas – só existem elogios quando questionados sobre esta peça clássica. «É indispensável ter pelo menos um vestido preto simples, sobretudo as mulheres que estejam habituadas a viajar», afirma Laura Novik, especialista de moda, acrescentando ainda que «é uma compra inteligente porque é uma peça que pode ser usada tanto para o trabalho, como para uma festa sofisticada. Um vestido preto salva qualquer pessoa de um imprevisto, para além de ser a melhor peça quando o objectivo é dar destaque aos acessórios».
Por muito estranho que pareça, as mulheres nem sempre tiveram esta peça tão básica nos seus armários. Na verdade, durante séculos, o vestido preto era apenas usados em tempos de luto, sendo seu uso fora deste contexto considerado uma indecência. Coco Chanel mudou esta perspectiva ao criar o vestido preto “fashion”. Este apareceu na revista Vogue, em 1926, tendo sido baptizado “Modelo Ford”, apesar de também ser conhecido como “Modelo T”. Isto porque, segundo apontou a Vogue, tratava-se de um design que trazia para a moda o fenómeno de massas, no qual se havia convertido o automóvel T da Ford – um símbolo da democratização do consumo. «O vestido preto, simples e acessível, converteu-se numa espécie de uniforme para todas as mulheres com estilo», afirmava a revista, na altura.
O contexto histórico também ajudou. Durante a Grande Depressão, nos anos 30, o vestido preto converteu-se na opção mais económica para uma mulher se sentir elegante. «O vestido preto nasce na era moderna, quando a mulher deixa de ser o suporte de exibição de riqueza do homem e passa a ser um sujeito produtivo urbano, que precisa de um vestuário confortável e prático», explica Novik. De igual forma, no pós-Guerra, o surgimento do “New Look” – a proposta que tornou Christian Dior famoso – voltou a pôr o vestido preto num lugar de honra, o qual nunca mais perdeu. O auge desta tendência aconteceu quando, em 1961, Adrey Hepburn foi imortalizada com um modelo de Hubert de Givenchy no filme “Breakfast at Tiffany's». Segundo Bernadette Morra, outra especialista de moda, «um vestido preto era garantia de bom gosto naquele tempo. Desde aí, essa percepção nunca mudou». Laura Novik acrescenta ainda que «o vestido negro é um uniforme chique que transcende o tempo e as modas. Um dos seus atractivos é a capacidade de conotar imaginários amplos e até mesmo opostos: é sedutor e modesto, sombrio e ousado, tradicional mas igualmente bastante jovem».
Até ao ano passado, eram mais visíveis na passerelle os modelos com silhuetas volumosas. No entanto, esta tendência tem vindo a modificar-se. «Nas apresentações passadas, viram-se looks com demasiado volume nas passerelles, fazendo com que as mulheres parecessem grávidas», confia Charla Krupp, ex- editora das revistas In Style e Glamour. «No entanto, as modas são cíclicas e, actualmente, a silhueta do momento é o Little Black Dress. Trata-se de um modelo intemporal, que marca, que prende, que cativa e que pode ser perfeito em variadas situações», conclui.
Por muito estranho que pareça, as mulheres nem sempre tiveram esta peça tão básica nos seus armários. Na verdade, durante séculos, o vestido preto era apenas usados em tempos de luto, sendo seu uso fora deste contexto considerado uma indecência. Coco Chanel mudou esta perspectiva ao criar o vestido preto “fashion”. Este apareceu na revista Vogue, em 1926, tendo sido baptizado “Modelo Ford”, apesar de também ser conhecido como “Modelo T”. Isto porque, segundo apontou a Vogue, tratava-se de um design que trazia para a moda o fenómeno de massas, no qual se havia convertido o automóvel T da Ford – um símbolo da democratização do consumo. «O vestido preto, simples e acessível, converteu-se numa espécie de uniforme para todas as mulheres com estilo», afirmava a revista, na altura.
O contexto histórico também ajudou. Durante a Grande Depressão, nos anos 30, o vestido preto converteu-se na opção mais económica para uma mulher se sentir elegante. «O vestido preto nasce na era moderna, quando a mulher deixa de ser o suporte de exibição de riqueza do homem e passa a ser um sujeito produtivo urbano, que precisa de um vestuário confortável e prático», explica Novik. De igual forma, no pós-Guerra, o surgimento do “New Look” – a proposta que tornou Christian Dior famoso – voltou a pôr o vestido preto num lugar de honra, o qual nunca mais perdeu. O auge desta tendência aconteceu quando, em 1961, Adrey Hepburn foi imortalizada com um modelo de Hubert de Givenchy no filme “Breakfast at Tiffany's». Segundo Bernadette Morra, outra especialista de moda, «um vestido preto era garantia de bom gosto naquele tempo. Desde aí, essa percepção nunca mudou». Laura Novik acrescenta ainda que «o vestido negro é um uniforme chique que transcende o tempo e as modas. Um dos seus atractivos é a capacidade de conotar imaginários amplos e até mesmo opostos: é sedutor e modesto, sombrio e ousado, tradicional mas igualmente bastante jovem».
Até ao ano passado, eram mais visíveis na passerelle os modelos com silhuetas volumosas. No entanto, esta tendência tem vindo a modificar-se. «Nas apresentações passadas, viram-se looks com demasiado volume nas passerelles, fazendo com que as mulheres parecessem grávidas», confia Charla Krupp, ex- editora das revistas In Style e Glamour. «No entanto, as modas são cíclicas e, actualmente, a silhueta do momento é o Little Black Dress. Trata-se de um modelo intemporal, que marca, que prende, que cativa e que pode ser perfeito em variadas situações», conclui.
In Portugal Têxtil 03-08-2009
Foto: Breakfast in Tiffany's, Audrey Hepburn
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